Flores Etéreas
Vejo flores em vasos, em cactos
Vejo-as enfeitando as primaveras
Já celebrei com as flores um pacto
Floresçam sem parar e sem espera
É triste ver puro asfalto e concreto
Na urbe cinza só resta a fumaça
É face dura e desprovida de afeto
Uma vida sem flor asfixia, ameaça
Mas comigo isso nunca acontece
Se o jardim pulsa em meu coração
Faço das pétalas as minhas vestes
Por onde ando elas também estão
Saiba que o sentir substitui a visão
Faz aflorar até o aroma das flores
Que mesmo imersas em escuridão
Revelam imensa profusão de cores
Por isso acaso me acometa o pesar
Ou outra espécie de desesperança
Plantarei muitas flores e um pomar
Onde minha mente rodopia e dança.
Nilza Freire em 24/09/21.