Sentimental
Entra, vento, sê bem-vindo nessa casa que não é minha
Tenho espinhos entre os dedos
De onde sangram versos desesperados
O coração contrito reage aos acordes
Aqui pode a brasa do insano
Arder enluarada
em melodia
Vem, vento, me eleva ao firmamento
Não tenho estrela predileta
Mas de consolo levo essa viola guia
E páginas avulsas do caderno do tempo
As palavras incompletas me espiam
As paredes me alisam
E eu só desejo derreter ouvindo cordas
Que toquem meu coração febril
Entre dois silêncios