SEM ÁGUA

SEM ÁGUA

Em cheio nos atinge o estio

Terra rachada no leito do rio

Amanhã ou mais tarde será o fim

Não atingirá a mim

Que já serei pó

Mas será de dar dó

Àqueles que aqui estarão

Neste seco mundão

Muitos matarão para poder

Matar a sede que não será de poder

Será de sobreviver

Na secura ardente

E será olho por olho

Dente por dente

Punição tal qual a ofensa

Sem recompensa

A não ser a morte

Que será almejada sorte

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 23/09/2021
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