o homem natural
ser, somente ser
no desamparo da casa
dos sapatos, ou da opinões,
solidão, profundeza, sem
luvas ou raparigas,
nem corre-maos ou viga
só o caroço da vida
se enrolando como uma onda,
ser, não nadar, ou mergulhar
nem ficar, nem partir
ser o cobre da luminária
a janela aberta e também
a fechada, nada é bom
ou ruim, tudo é quando
se é, sem predicativo,
ou adjunto, apenas o sujeito
a caminha pelas areias do vento.
ser, não a palavra, ou pensamento,
sequer a aventura da imaginação
ser é a bravura da fragilidade
a bravura da incerteza,
é a ferocidade da impermanência,
uma rosa não é seu nome
alguém lhe o deu para poder falar dela