REMORSO
O sonho morto pelo sol do amanhecer,
com sua luz inevitável e impertinente,
ajuda a envenenar o café e as mágoas,
bebidos com conformidade e frustração.
Quando o vento arromba as cortinas,
a cidade invade os olhos sem horizonte,
buscando o rastro da noite roubada,
pela saudade de uma ilusão barata.
Nada mais terá o peso da eternidade,
que passa sempre em funerais discretos.
Morre-se um pouco com toda lembrança,
pois o que está feito está acabado
e o que não é daqui, é do passado.