REMORSO

O sonho morto pelo sol do amanhecer,

com sua luz inevitável e impertinente,

ajuda a envenenar o café e as mágoas,

bebidos com conformidade e frustração.

Quando o vento arromba as cortinas,

a cidade invade os olhos sem horizonte,

buscando o rastro da noite roubada,

pela saudade de uma ilusão barata.

Nada mais terá o peso da eternidade,

que passa sempre em funerais discretos.

Morre-se um pouco com toda lembrança,

pois o que está feito está acabado

e o que não é daqui, é do passado.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 19/09/2021
Código do texto: T7345489
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