Preso em seus desalinhos
Preso em seus desalinhos
Um homem se cobriu
De ferros e espinhos
Um boi berrou
Ele não ouviu
A chuva brincou
Ele ignorou
Uma flor sorriu
Ele nem aí
O sol lhe acenou
Ele deu as costas
Deixou cada espinho
Entrar como prego na madeira
Roer como rato
Sua alma por inteiro
E assim foi seguindo
Sem achar encanto
Enquanto isso
A vida lhe sorrindo
Até que um dia
Na beira do precipício
Pronto a se jogar
Tirou o espinho do pé
E antes de saltar
O alívio que deu
Começou a voar
E viu que tudo era
Apenas uma questão
De tirar o espinho do lugar