O vazio do concreto
O vazio do concreto
Se arrasta em ondas tênues
Quanto tempo a chuva caiu
Antes que se pudesse
Separá-la das lágrimas
O grito no escuro da noite
No desespero do tiro
Um corpo alvejado
A sorte madrasta
Tudo o que não se esperava
Esperança vã
Só a chuva caindo
Enquanto a cidade em agonia
Seguia produzindo produtos
Mercadorias amargas
Compradas com sangue podre