saudade do que não foi

do lado, a casa

onde meu sonho era

guardado, da menina

pequena, de voz arqueada

de pernas macias, de

seios pequenos na

minha memória é

é sumo, fruta, ambrosia,

o dia que te beijei

a infância esfacelou, nasci

para um tempo novo , mas

morri para o que eu

sabia, depois, os

encontros, os corpos

que não se falaram, o

coito não desvelado,

ainda me lembro

numa noite escura,

sentado perto da

praça, soube que

estava amando, doía

tanto, mas a coragem,

que nos sobra depois,

naquela idade era pedra

rara, então, descobri

novas ruas, novas pernas

línguas, ouvi a morte a

sussurrar seu desejo

nas minhas orelhas,

mas também turbilhoes

de alegria e aquele beijo que o

gosto ainda guardo,

virou turbina de agonia