alguma coisa dizia

a minha boca

escuta de longe

o que os ouvidos

falavam, minha

pele comia as

sobra do almoço

e tudo era cheirado

pelos meus olhos,

que pela manhã

era moça e á tarde

era desgosto, e a

linguagem tateava

o escuro que era

visto pela luz do paladar,

e nessa bagunça

suas pernas zombavam

do meu desejo, seus

seios me dava um

dedo, só quem seu

não me rejeitava era seu

cheiro, que gosta

de tudo, que a tudo

sabe falar

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 16/09/2021
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