O ser poético é o indefinido e a insistência em representá-lo
Sento-me em uma cadeira
ao escutar os noturnos de Chopin
E pergunto-me, o que há no saber que
nos aflige, que tanto nos causa dor?
A vida é por natureza poética,
Um sentir sem métricas,
Uma invasão sem bater na porta,
Uma disrupção; Nada é contínuo,
Sequer a dor, a única coisa permanente
é o ser momentum, um parâmetro,
Pois há o denominado tempo;
Ao menos sabemos se a dor é a mesma,
Mas atribuímos a uma condição de existência
uma dor que nos é própria, também não sabendo
o quão real ela é, atribuímos a um ser este atributo,
A dor nos é ontológica, sabendo ao menos que o sentir
está em todos, sabendo sequer as sensações que
a cada um pertence; O que sabemos é ilusório
e o que há de mais real é isto, a dor.