55°

Em nome do amor, transei

Em nome da dor, gozei

Em nome da paixão, beijei

A culpa é da carne putrefata

Dessa ânsia pelo corpo alheio

Desse egoísmo romântico

De esse devir da conquista

A culpa é minha

Que despi corpos

Para satisfazer-me, enganei-me

Para mostrar meu falo

Vivendo da energia alheia

Acabando com sonhos

Agredindo as vidas

Com o meu jeito infame

De trocar caricias por carências

Sou um inútil

Mostrando-me poeta.

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 14/09/2021
Código do texto: T7342478
Classificação de conteúdo: seguro