Quê sei eu do Amor?

se me ferires

experimentarei dor,

se me constranges

ao torpor, fadiga, frio e fome;

sobre essas coisas

decerto direi

posto que sinto, e sofro

de modo outro,

nem que me devotes

poderia ponderar sobre o Amor

sendo este incognoscível,

nobre existir em si

único incircunstancial

digno verdadeiro

embora possa

reconhecer à luz

a lei do amor erudito, e nisso

encotre meu catarse, e nele

mil vezes me converta;

ainda assim,

nada saberei do Amor

exceto alusões

de estranho ordinário,

quê sei eu do Amor?

prisioneiro casual

algures solitário

embevecido de paixões,

senhoras do meu cárcere.