Retrovisor
Eric do Vale
Medo, raiva e desespero,
Tudo isso se misturou,
E vive se instaurando,
Cada vez que eu vejo,
Pelo retrovisor, o passado
A duelar com o presente
A fim de me assombrar.
Assustado fiquei, mas
O meu pranto segurei
Assim que derramar
A primeira lágrima eu cogitei.
Depois que as energias
Foram extravasadas,
Percebi que algumas
Coisas terminaram
Amenizadas, logo que
Os meus fantasmas externei
Contudo, eu me certifiquei
De que, mais do que nunca,
Tais demônios necessitam
Ser exorcizados.
Ainda que tudo tenha ficado
No passado, ele está sempre
Presente, no tempo presente,
Me assombrando em torno
De uma sombra que persiste
Em me acompanhar onde quer que eu vá.