PAISAGEM NORDESTINA

A paisagem dos engenhos,

De seu ciclo, trajetória,

É um painel fulgurante

Do que foi a nossa história.

Cheio de cor e de glória,

Prosperidade sem par,

Registrado na memória

De nosso amado Pilar.

Hoje sem mel a cheirar,

Hoje sem cana moída,

Sem bueiro a fumegar

No Vale do Paraíba.

Sem produzir rapadura,

Sem açúcar a exportar,

Sem riqueza, sem fartura,

Só histórias pra contar.

Como foi nossa existência,

Como foi nosso passado,

Como foi a decadência

Açucareira do Estado.

Apesar da vida dura,

De labuta escravagista,

De senhores da bravura,

Do cangaço terrorista.

Meu Pilar teve beleza,

Teve encantos de verdade,

O esplendor da natureza,

Teve amor, felicidade.

Pilar de grande cultura,

Torrão de brilhante enredo,

Torrão de poesia pura,

Pilar de meu aconchego.

Divulgado para o mundo,

Com amor e com apego,

No talento mais profundo

De nosso Zé Lins do Rego.

- Antonio Costta