Misto de emoção

Morrem-me nos lábios

As sílabas tónicas,

Da tua língua,

Sabor amargo dos beijos,

O fel da saliva,

Hálito da devastação,

Que profere palavras,

Sem salvação,

Conheceis o veneno da cobra,

Qual discurso sem obra,

Tudo falácia ao representar,

Morre-se na (de) espera,

Quanto mais no a(mar),

E nessa íris,

Que parece ser o túmulo

De mentiras,

Sufocante bafo,

Expelindo sua ira,

Qual verdade não juras,

Do antes que defendias o hoje,

E agora!?

Do hoje que exclama o depois!

Há um retorno,

Do vento, um clico de corrente,

Que meus olhos já não veem encantos,

Que gritos mortos,

Tendem sempre a prantos,

Sussurros há uns e tantos,

No vale da terra que não fecunda,

Aragem seca, sem que ninguém acuda,

Sofrer, mistério que natureza oferece

Quando o verde morrer aurora (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 10/09/2021
Código do texto: T7339455
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