Misto de emoção
Morrem-me nos lábios
As sílabas tónicas,
Da tua língua,
Sabor amargo dos beijos,
O fel da saliva,
Hálito da devastação,
Que profere palavras,
Sem salvação,
Conheceis o veneno da cobra,
Qual discurso sem obra,
Tudo falácia ao representar,
Morre-se na (de) espera,
Quanto mais no a(mar),
E nessa íris,
Que parece ser o túmulo
De mentiras,
Sufocante bafo,
Expelindo sua ira,
Qual verdade não juras,
Do antes que defendias o hoje,
E agora!?
Do hoje que exclama o depois!
Há um retorno,
Do vento, um clico de corrente,
Que meus olhos já não veem encantos,
Que gritos mortos,
Tendem sempre a prantos,
Sussurros há uns e tantos,
No vale da terra que não fecunda,
Aragem seca, sem que ninguém acuda,
Sofrer, mistério que natureza oferece
Quando o verde morrer aurora (...)
(M&M)