Lamaceiro
Manhã sem sol, nuvens negras, pesadas,
Como se houvesse uma briga de titãs no céu
Raios e trovões que estrondam, pessoas assustadas.
Ave desprotegida sai em voo sôfrego, apavorada,
Em alvoroço foge de todo este escarcéu
Procurando proteção em qualquer guarida.
Na praça, agora quase que deserta,
Uma fonte forrada de folhas e sujeira
Trazidas pelo vento, que agora já desperta.
E andarilhos esparramados pela rua,
Que tristeza, meu amigo, ao montes,
Que se fartariam da comida da mesa tua.
Lamurias, com prioridades em dias de aguaceiro,
De limpo, com enchentes, não ficam nem as fontes
Perde-se tudo, casa, comida,...só fica lamaceiro!