Do êxtase que não consigo explicar nem a mim mesma
Capturou-me.
Desde sempre.
Inexoravelmente.
Perco-me no elaborado de tuas construções mentais.
Fina é a teia com que me enredas e encantas.
Palavra a palavra, deleito-me.
Indecifrável é o atordoamento
que me invade a alma.
Chega a ser físico e palpável
o impacto que me causas
e o estrago que esse arrebatamento
promove nos meus sentidos
e em suas manifestações.
O calor à flor da pele,
a respiração entrecortada,
a sensualidade que -
como um perfume -
impregna o corpo...
Alguma angústia me toma.
Quase desfaleço.
Porém, como quem se apraz até com ela,
resisto em afastá-la com argumentos de racionalidade.
Essa angústia,
esse quase desmaio,
essa quentura que se espalha,
o arrepio da pele,
a íris dilatada,
forjam uma emoção intensa
que a fruição das tuas letras oferta, sedutora.
Perco-me.
Capturada.
Desde sempre.
Tamanha é a força do que podes provocar com tua poesia.
09.09.21