LUZES APAGADAS
Dias, que nem o vento tem sopro
Nem as folhas balançam
Nem os sorrisos se lançam
E até o sol se esconde!
Ah, dias de amargo gosto!
Dias em que "brasas" se "acendem",
Em que as horas tendem
À lentidão!
Entre mutidões, também há solidão!
Onde o som das vozes, abate o coração,
E o silêncio talvez seja solução,
No céu, os pássaros, parecem em fuga,
E no espelho reflete a ruga
Que "brada": nada vai bem!
Porque no teu "trilho" não há "trem"!
E quando, enfim, o sol se põe,
A noite expõe
A falta de luz
Que n'aguma alma não reluz.
Oh, dia triste!
Que insiste
Em não ter fim!
Pior assim:
Enquanto o sim
Ecoa o não!
Ênio Azevedo