Medidas...
O olho posta-se no horizonte
Grãos de areia, unem-se, tornam-se rochas
Compõem os montes...
Rios correm a caminho do mar
Fundem suas águas, onde irão desaguar
O oceano, e sua colossal força
Bem dizem: “Uma andorinha só, não faz verão”
Frágil o ser, que anseia viver na solidão
Quem sou, para condenar?
A roseira se arma de espinhos, mas suas rosas
Além da inigualável beleza, exala eflúvios no ar...
Cactos vencem a seca, a muitas vidas sustém
Até que venha a chuva...
O sol que dá a vida, é o mesmo a trazer sede
Com ela, a morte...
O vento que refresca, move montanhas
Carrega nuvens, destroça casas, árvores arranca
A água que mata sede, e a tudo banha
É também, a mesma que alaga e vidas apaga
Lava até ao olho, onde arde a lágrima...
Nada é indefectível, e depende de medidas...