flores e fuzis
flores e fuzis
a pétala
a lágrima
o tiro
o eco certo no incerto deserto de homens cadáveres ambulantes que perambulam se anulam e ovulam ódio em seus úteros bastardos
na feiura de sua existência penitencia de loucos
penitencia que usurpa e insulta
os fuzis a postos depósitos de suas consciência perenes
à flor
às flores
a flor
o fuzil
os fuzis
as miras
a raiz
a seta certa incerta e ágil
no apanagio de dores
que fazem sorrir nas miragens
dos escombros de sustos nos subsolos cavernosos
das ignorâncias volúveis
os fuzis na mira certa
o sangue que sangra invisível
que sangra em silêncios
as flores nos esconderijos e rincões
de palavras e palavreados sem donos
sem nomes
sem sentidos
atônitos
atrativos de demências
absolutas e obsoletas
em letras cravadas na memória do tempo
ah! as flores
ah! os fuzis
e tu ?