Palavras ao vento

Saltam pela janela do veículo em movimento

Meses, semanas, dias,

Ideias turronas, todas fugidias

Escorrendo em azul, suicidas

E no leito caprichoso do asfalto

Cobrem-se de nuvem de alto a baixo,

Nulas, convencidas.

Assim, as minhas, suas e nossas idiossincrasias

Soltas, vazias,

Cuspe lançado ao longe

Onde se unem, se fundem e se perdem

Emergem nos ponteiros, nos segundos, nas apatias.

São pontes pardas e bambas que os anônimos separam

Bradando uníssonas e em voz alta:

Ignoramos mais do que sabemos

E a igualdade só se dá na falta.