ENTARDECER II
Aragem fria invade o ambiente,
elimino o incômodo cerrando as cortinas.
Bate, ao longe, uma porta não identificada,
melhor abrir outra vez a cortina.
Há pistas de movimentos lá fora,
as palhas do coqueiro dançam, rosas espalham beleza e aroma,
fios verdes dizem-me grandiosidades.
A tarde vai mudando matizes,
Sol se despede,
minúsculas estrelas flutuam à distância.
Não sei explicar o de fora e o de dentro,
a não ser que percebo ser grandioso ter a janela aberta
e concluir que todos que habitam a terra podem sentir a brisa.
Sonho acordada com a humanidade enxergando e sentindo.
Ante tais grandezas, ponho-me de joelhos,
mantenho as cortinas voejando
na janela totalmente aberta,
Que eu veja a partida da tarde em viagem,
E tenha todas as suas movimentações na pele e nos olhos.
Dalva Molina Mansano
06.09.21