ACENOS

Há pés ineptos em seus sonhos vãos

Tocando o solo atroz de tanta urgência --

São monstros surdos ao clamor dos dias.

O luto do seu mundo cai submerso

Nos gastos olhos duma deusa em gesso.

A destra dos que ainda não partiram tenta

Acenos imprecisos noutra margem.

De tudo que se perde em névoa fica

O vulto, a silhueta deslizante

Do grande timoneiro entre os silêncios

Do além duns tantos mortos insolentes.

Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 05/09/2021
Reeditado em 05/09/2021
Código do texto: T7336005
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.