ACENOS
Há pés ineptos em seus sonhos vãos
Tocando o solo atroz de tanta urgência --
São monstros surdos ao clamor dos dias.
O luto do seu mundo cai submerso
Nos gastos olhos duma deusa em gesso.
A destra dos que ainda não partiram tenta
Acenos imprecisos noutra margem.
De tudo que se perde em névoa fica
O vulto, a silhueta deslizante
Do grande timoneiro entre os silêncios
Do além duns tantos mortos insolentes.