Fico um período tentando
criar alguma coisa dentro
dum Padrão X de versos perfeitos
até que de repente ...
Eu dou uma volta,
eu observo as pessoas
eu me sento num banco
de praça sozinho...
ou, já em casa...
ponho algum som
que me acalme
e me assente.
É quando consigo
dizer pra mim mesmo
a verdade sobre essa coisa
toda que eu faço
desde 1999 ...
O quão desimportante
e inutil e até mesmo covarde
é o ato de Se sentar atrás
duma mesinha num
quarto escuro e observar
a vida de cima dum muro.
O quão descartável
é uma POESIA visto que
é descartável até pra mim mesmo
quando leio outro alguém...
O quão ultrapassada
é a arte de contemplar
e exaltar a beleza das coisas
e o amor das pessoas...
Diante da máscara
globalizada caída
e DESCARADAMENTE
exposta da sanidade geral.
O quanto é mesquinho
me acreditar no gostoso
papel de falador, comentador
criador e contador de histórias.
É...
É.
É quando me posiciono
forte e decidido a continuar
mesmo sabendo que posso ter
meus braços decepados
meu grito calado
meu ser enlouquecido
e definhado
num hospício esquecido
E que isso não
vai importar pois
poesia não importa
a morte não importa
e a vida ... a vida ta aí...
A caneta e o papel
BRILHAM diante de mim.
...
Anjos e Demonios
às gargalhadas...
soprando
sacanagens
em meus ouvidos ...
É um barato...
[H.B]