TUDO OU NADA
TUDO OU NADA
Um tudo ou nada
Sem espaço para um talvez
Multidão ou solidão
Delírios ou reflexão
Nada é permanente
No fundo há um ausente
De palavras e sentidos
Inferno em paraíso
Vida ou morte
Emite-se o passaporte
Para aventura sem ventura
Ou êxtase em sentir êntase
Num corpo puído
Habitante de mundo desconstruído
Com poesia que se dissolve em álcool
Embriagada de quimeras
Oriunda de outras eras
Em que viver não era perecível
Em que havia fome de vida
E não de gêneros e costumes
Afogados neste presente
Que nada sustenta
Tudo tão frágil e fugidio
Como aguas de rio
Desembocando em mares
Carregado de pesares