TUDO OU NADA

TUDO OU NADA

Um tudo ou nada

Sem espaço para um talvez

Multidão ou solidão

Delírios ou reflexão

Nada é permanente

No fundo há um ausente

De palavras e sentidos

Inferno em paraíso

Vida ou morte

Emite-se o passaporte

Para aventura sem ventura

Ou êxtase em sentir êntase

Num corpo puído

Habitante de mundo desconstruído

Com poesia que se dissolve em álcool

Embriagada de quimeras

Oriunda de outras eras

Em que viver não era perecível

Em que havia fome de vida

E não de gêneros e costumes

Afogados neste presente

Que nada sustenta

Tudo tão frágil e fugidio

Como aguas de rio

Desembocando em mares

Carregado de pesares

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 04/09/2021
Código do texto: T7335368
Classificação de conteúdo: seguro