ENSAIO SOBRE OS SILÊNCIOS...

E naquele dia o sol não nasceu... Tudo era escuridão...

A lua também não apareceu, apenas o breu, desde o chão...

Nada se via parecendo nem existir. O silêncio permanecia... Nada a se ouvir...

A cegueira, adormecida, dominava... Todos dormiam ninguém acordava...

Assim foi o dia, foi a noite, seguiram-se os dias, as semanas e os anos...

Todos em estado de dormência permanente...

Nada se movia, como se todos tivessem virado pedras ou se as lavas invisíveis do Vesúvio tivessem atingido o mundo...

Diferente dos contos das belas adormecidas, não apareceu nenhum príncipe para acordar a bela... Nem um dragão para continuar a atacando, apenas o silêncio do nada e da escuridão...

Nada de livros, nem leitores. Um conto sem escrita... Sem meio e sem final.

Quem sabe uma “Armageddon” sem dores ou apenas uma mudança numa história que começou mal escrita? Sabe-se lá por quem...

Eu não fui...

Ernesto Braga
Enviado por Ernesto Braga em 03/09/2021
Reeditado em 03/09/2021
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