Casulo
Eu sempre brinco
Que não tenho mais o que passar
De ruim em relações
Decepções
Ao amar
Relações duplamente abusivas, agressões, traições, rejeições
Entretanto eu sempre segui em frente com bastante afinco
Nas perspectivas que tenho para o futuro
Tentando realizar meus sonhos, trabalhando duro
Mas eu acho que experiências negativas
Eu juro
Fizeram com que eu me trancasse
Como uma lagarta em seu casulo
Que se fecha ali para evoluir
Mas não posso mentir:
Há um certo medo de sair - sentir
Sei que o amor faz-nos sentir vivas
Mas me escondi nesse impasse
Sinto que evoluí e amadureci tanto
Resolvi todas as pendências da área sentimental
Mas me desata um pranto
Perceber que hoje estou fria
Afinal
Para alguém que sempre cultivou o amor
E hoje vive a apatia – vazia:
Não sentir nada também é uma dor
Depois de algum tempo,
Eu até consegui sentir interesse por um rapaz
Mas não tenho coragem de dizer
Eu levei tanto tempo
Para arrumar a bagunça que deixaram no meu ser
Que agora que conquistei maturidade e paz
Não posso mais
Arriscar a deixar alguém bagunçar
Ou mesmo me usar como passatempo
Ainda que platonicamente por ele venha me apaixonar
Eu vou guardar
No máximo em versos compartilhar - escrever
Como uma lagarta solitária em seu casulo
Que se trancou para evoluir
Eu juro
Que só irei sair – me permitir
Quando sentir
Que é por quem não vai mentir – trair
Por quem vai plantar um jardim
Para eu ajudar a florescer
E, assim,
Borboleta enfim,
Eu poderei renascer