Casulo

Eu sempre brinco

Que não tenho mais o que passar

De ruim em relações

Decepções

Ao amar

Relações duplamente abusivas, agressões, traições, rejeições

Entretanto eu sempre segui em frente com bastante afinco

Nas perspectivas que tenho para o futuro

Tentando realizar meus sonhos, trabalhando duro

Mas eu acho que experiências negativas

Eu juro

Fizeram com que eu me trancasse

Como uma lagarta em seu casulo

Que se fecha ali para evoluir

Mas não posso mentir:

Há um certo medo de sair - sentir

Sei que o amor faz-nos sentir vivas

Mas me escondi nesse impasse

Sinto que evoluí e amadureci tanto

Resolvi todas as pendências da área sentimental

Mas me desata um pranto

Perceber que hoje estou fria

Afinal

Para alguém que sempre cultivou o amor

E hoje vive a apatia – vazia:

Não sentir nada também é uma dor

Depois de algum tempo,

Eu até consegui sentir interesse por um rapaz

Mas não tenho coragem de dizer

Eu levei tanto tempo

Para arrumar a bagunça que deixaram no meu ser

Que agora que conquistei maturidade e paz

Não posso mais

Arriscar a deixar alguém bagunçar

Ou mesmo me usar como passatempo

Ainda que platonicamente por ele venha me apaixonar

Eu vou guardar

No máximo em versos compartilhar - escrever

Como uma lagarta solitária em seu casulo

Que se trancou para evoluir

Eu juro

Que só irei sair – me permitir

Quando sentir

Que é por quem não vai mentir – trair

Por quem vai plantar um jardim

Para eu ajudar a florescer

E, assim,

Borboleta enfim,

Eu poderei renascer

Ddsa Carvalho
Enviado por Ddsa Carvalho em 29/08/2021
Reeditado em 31/08/2021
Código do texto: T7330875
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