Avenida do Coração
Romântica sejas, minha amada,
Pois essa fronteira aberta
Entre a vida e a morte certa,
Entre o ser e não-ser,
É isso que chamamos de viver!...
É certo que o nosso verde campo
Ás vezes se cobre de inesperado cinzento
Quando as fábricas de infelicidade, no lento
Despejar dos seus detritos tristonhos,
Maculam as águas límpidas dos nossos sonhos...
Mas não mates, minha amada,
O romantismo que em ti persiste,
Te gritando que o amor ainda existe!...
Entre o cartão de crédito e o sonho, pois,
Se tiveres que escolher, fica com os dois...
Na avenida no teu coração, entre arranha-céus,
Constrói a tua casinha branca tão singela
E sempre cheia de flores na janela...
E me espera lá, no doce enlevo da tarde,
Com teus olhos crescidos de saudade!...
Antonio Maria Santiago Cabral
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