Avenida do Coração

Romântica sejas, minha amada,

Pois essa fronteira aberta

Entre a vida e a morte certa,

Entre o ser e não-ser,

É isso que chamamos de viver!...

É certo que o nosso verde campo

Ás vezes se cobre de inesperado cinzento

Quando as fábricas de infelicidade, no lento

Despejar dos seus detritos tristonhos,

Maculam as águas límpidas dos nossos sonhos...

Mas não mates, minha amada,

O romantismo que em ti persiste,

Te gritando que o amor ainda existe!...

Entre o cartão de crédito e o sonho, pois,

Se tiveres que escolher, fica com os dois...

Na avenida no teu coração, entre arranha-céus,

Constrói a tua casinha branca tão singela

E sempre cheia de flores na janela...

E me espera lá, no doce enlevo da tarde,

Com teus olhos crescidos de saudade!...

Antonio Maria Santiago Cabral

santiagoamsc@gmail.com

www.antoniomscabral.blogspot.com

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Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 28/08/2021
Reeditado em 04/11/2021
Código do texto: T7330446
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