Arco-íris

no silêncio dos mortos

vozes me chamam,

são gritos coloridos

de sons metálicos e ocos

meus pés, plantados no chão,

são jequitibás envelhecidos:

árvores tortas, rastejantes,

suplicantes – bois famintos

todos os deuses me pertencem,

todas as mulheres são amantes,

todos os dias rezam para Deus...

de joelhos, confesso tudo

o meu corpo, apesar de doente,

permanece coeso, rijo

como uma tatuagem transparente

que cobre minha alma

hoje eu quero a lua,

hoje eu quero vinho branco,

hoje eu quero ser eu,

pelo menos uma vez na vida

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 11/11/2007
Código do texto: T733040
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