Arco-íris
no silêncio dos mortos
vozes me chamam,
são gritos coloridos
de sons metálicos e ocos
meus pés, plantados no chão,
são jequitibás envelhecidos:
árvores tortas, rastejantes,
suplicantes – bois famintos
todos os deuses me pertencem,
todas as mulheres são amantes,
todos os dias rezam para Deus...
de joelhos, confesso tudo
o meu corpo, apesar de doente,
permanece coeso, rijo
como uma tatuagem transparente
que cobre minha alma
hoje eu quero a lua,
hoje eu quero vinho branco,
hoje eu quero ser eu,
pelo menos uma vez na vida