Na noite longa

Na noite longa

minha alma chora

sua fome de séculos

Meus olhos crescem

e choram também

famintos de eternidade

até serem duas estrelas

brilhantes no céu imenso

E o infinito se detém em mim...

Na noite longa

uma remotíssima nostalgia

afunda minha alma

e aprofunda minha agonia

Então choro marítimas lágrimas

enquanto meu desejo heróico

de engolir os céus

se alarga

e se torna céu...

Tenho então

a sensação

esparsamente longa

de voar no absoluto

no dissoluto vagar dos dias

E o infinito se dissolve em mim...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 11/11/2007
Código do texto: T733015