Na noite longa
Na noite longa
minha alma chora
sua fome de séculos
Meus olhos crescem
e choram também
famintos de eternidade
até serem duas estrelas
brilhantes no céu imenso
E o infinito se detém em mim...
Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
e aprofunda minha agonia
Então choro marítimas lágrimas
enquanto meu desejo heróico
de engolir os céus
se alarga
e se torna céu...
Tenho então
a sensação
esparsamente longa
de voar no absoluto
no dissoluto vagar dos dias
E o infinito se dissolve em mim...