III
Em teu olhar esquálido, aflito,
pungente
naveguei pela infinitude do
Agora que carrega medos e
aflições do espírito
Que não se esclareceu
E incompreende a dor
e a morte.
Incompreende o dissipar fugaz do ser
que pouco antes d'alvorada veio à luz.
Espírito meu, este, que percorre
os espaços, buscando
Respostas
E percorre lábios,
Buscando conforto,
E percorre palavras
Buscando resguardo.
E, 'inda que tanto põe-se a aprender:
Pois que reconhece saber menos que o nada:
vê-se tão cheio de nuvens.
Teu vômito fecaloide
me roeu o repouso angelical
Longe de expiar-me a mim!
Pela visão do sofrimento.
Caiu, meu encanto,
No desencanto da humanidade desmistificada.
Teu rosto sem cor,
D'onde se esvaece o último sopro
Da vida,
Tomou-me nos braços como a criança
Que pela primeira vez sente
no peito o romper da
solidão, pois que
Teus gritos, mudos ao festim do mundo,
Não anunciam o estar de teus guias invisíveis:
E chora, agarrada à manta fria,
Que logo se esquenta
Pelo calor de teu próprio corpo miúdo.
Espantei-me com a agonia
da folha seca,
Caída, que se não mais
Agarra ao tronco vigoroso e fleumático
E, agora, matéria será do húmus
Da terra.
Enquanto a súplica dos teus olhos aflitos
E espantados
Me atravessavam a lança afiada ao peito:
A mulher, firmada ao sol de nossos ombros
Transmitindo a força e o acolhimento de
mãe Maria
Nos embalava com a
estória dos tempos antigos.