NOITE
A noite fria rouba-me o sossego e o sono
Enquanto eu o procuro no fundo de mim
Em meio a este tácito e triste abandono
Em um templo sem santos e sem querubins.
Passeio os cômodos escuros da casa
Arrastando a alma ferida de sonhos
Enquanto a insônia prende suas asas
Numa teia acústica de ruídos medonhos.
Os olhos rasgam o desejo em busca de Morfeu
Querendo um só momento, quedados, inertes
Sujeitos à magia desse deus ateu
Até que venha o dia e o sol os desperte.
Mas qual a esperança nesse desespero
Ao fim da madrugada ainda neste açoite
A lua se esconde atrás do outeiro
E eu sem ter dormido um minuto da noite.
Bye Nina Costa in 23/08/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.