Camas
Com meus pés molhados,
de chuva.
sentado em um bar vazio
pondero sobre a cama bagunçada
que deixei em casa,
e sobre o frio de estar sozinho,
no meio da madrugada,
mesmo que esteja fazendo 30 graus,
ou mais.
Penso nas camas ensopadas
de suor
onde você se deitou,
e nas mentiras que contou
entre uma noite e outra.
entre o sexo e a loucura
que vivíamos a dois,
e o teu fiel cigarro
de depois.
Me embriago sempre,
para esquecer,
mas ainda lembro
lembro e tremo
de frio e de medo
de te encontrar em alguma esquina
e ter que encarar
os teus olhos.
Puta merda,
além de bêbado
sou um covarde
e talvez ainda meio louco.
autodestrutivo demais
para me amar,
sóbrio demais
para matar
a parte de mim
que ainda insiste
em te esperar.