OS SEUS ABRAÇOS

De braços abertos

aos seus abraços

meu peito confessa repousar

um bálsamo em meu corpo

firmam meus pés medrosos

aos pescoços que também se inclinam

para os lábios poderem se tocar

como uma onda do mar

que luta nas areias se banhar.

Nos abraços, almas se entregam

oferenda divina e magistral

como aquele que tece a melodia

no dedilhar ao braço do violão

a procura da cadência final

em cada sacudir das cordas

na tapeçaria complexa do coração.

Não tenho mais seus abraços

quando a noite enfeita a janela

o poema se torna escasso

e até me foge Orfeu

resta-me a imbatível espera

encontrar os abraços seus

em sonhos, na minha entrega

aos braços de Morfeu.

Gedeane Costa
Enviado por Gedeane Costa em 20/08/2021
Reeditado em 20/08/2021
Código do texto: T7324955
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