Vazio...
Vazio...
A despeito do nada,
Meu tudo virou ilusão.
Eu, que me achava sofrida,
Envolta em minha solidão.
Não percebi que a noite tem muitas estrelas,
O céu é que as vezes nublado,
Não me deixava ver-lhes o brilho!
Descortina-se a verdade,
E o universo é o inverso do verso,
Que desencadeou minha paixão.
A dor mais doida, eu vejo sentida,
É a ausência - presença,
Paradoxal descoberta.
Silêncio sem comunhão!
A causa de minha ilusão.
Abscôndito jazigo em que se debruça minha alma.
Descansa o dolente apetrecho da morte,
Em terreno adiposo, esmo e esverdeado.
Exalando o odor de sonhos apodrecidos.
Fétidos na ânsia de incomodar,
De ser percebido e ejaculados,
Nos desterros e aterros,
Como as quase vidas jogadas na ansia do gozo.
Surgem do abismo onde habitam minha ignorância.
Os seres asquerosos do ciúme e da inveja,
Unidos pois, com intuito de me ver prostada,
Isolada no reduto da solidão.
Interferem no meu cravejar de espadas.
Mudando o sentido das palavras,
Nas letras impressas e expostas ao relento para secar...
Na ausência da luz da verdade,
Jaz no esquecimento, borras de memória.
Líquidesfeitos cristas,
Lágrimas teimosas,
Que teimam em rolar pela minha face.
Interlúdio, entre o sono e o desespero.
Lanço meu apelo.
Ouve-me a voz,
Toma raios emprestados com o sol,
E ilumina meus dias,
Com palavras ternas,
Envoltas em promessas,
Mentiras veladas numa tela em branco...
Não importa o quanto sofro,
Quero de novo ter-te meu herói,
Sem medo de transforma-lo em algoz!