SOBRETUDO

Sobretudo, vida!

Nas horas de dor, noites de tristeza,

Nos momentos em que nada

Significa realmente nada,

No tempo perdido em sonhar errado.

Pensar num abraço

Quando o cansaço lhe vence,

Quantas vezes o corpo suplicar,

Lavar a alma quando o sal queimar a pele.

Nos lugares de antes

Em que foste traído,

Subtraído de ti mesmo

E deixado às sombras do destino.

E desde jovem tinhas esperança,

Involuntariamente suavas toda obra lapidada

No movimento de tuas retinas.

Pouco te bastaria,

Teu coração era puro

Como água cristalina.

Mas tuas mãos não alcançavam

O prato que te serviam,

O pão sagrado da poesia.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 19/08/2021
Código do texto: T7324402
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