BARDO
"Tu és bardo e bardo serás
até que termine os tempos
no seu terminar..."
Assim, o fado,
pelos lábios do druida,
foi me dado...
Que guerras cantarei nestes tempos,
se os heróis se foram no vento
e a música que se ouve no campo,
cantada pela máquina de guerra,
mais se assemelha ao pranto?
A donzela longínqua tão perto está,
escondida sob a maquiagem,
como posso te reconhecer se há
a vasta pele da tatuagem?
Não retornaremos aos tempos imemoriais,
de torres e imensos palácios protegidos
por fossos e tropas de guerreiros imortais,
catapultas e outros instrumentos temidos...
Se canto trovas e berceuses de felicidade,
digo-te, oh amada, que chegará o dia
em que voltaremos ao tempo da bondade,
do canto amigo, epopéia de amor e poesia...