CORAÇÃO VELEIRO

Quando me vi em ti
A dor da maldade senti
E parei de com a bondade servir
Viajei nos mais insólitos versos
A procurar o afago do teu peito
Em meu coração encontrar.

Perdi-me na ilusão que criei
Da doce moça
Pura e inocente na qual amei
Descobri-me sozinho
Machucado a vaguear.

Quando percebi
Que não estava em ti
Parei
Refleti
E então parti.

Foi aí que eu vim a entender
Que além da exuberância
As rosas também possuem espinhos
E que a tua beleza
Tão singular
Não estanca a dor que causou-me.

Meu peito titubeou
Caindo aos prantos
Desejei reconstruir-nos
Mas tu somente desejavas bagunçar-me.

De tudo não te culpo
Digo-lhe que contigo
Aprendi uma grande lição
Não se constrói um amor que incendeia
No fogo de palha de uma paixão.

Ao seguir o caminho
De uma vida sem te ter
Consegui entender
Que só o tempo tem o poder
De cicatrizar as feridas
Aquelas que tu viestes a fazer.

Quem sabe um dia
O destino venha lhe ensinar
Que não tu podes afundar
Um coração veleiro
Estando em alto mar
Sem que também
Com ele não venhas a se afogar.
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 16/08/2021
Reeditado em 16/08/2021
Código do texto: T7321906
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