A poética da folha
A máscara teatral da folha
descansa na beira do rio
embevecida de lembrança
um dia foi semente enraizando
surgiu, enverdeceu
esteve no topo
agora repousa da queda
- leve sopro de tempo
mascarada de vento
já escurecida da própria verdade
de um dia ser árvore
na beira do rio
nada envelhece
tudo é tão descansado
habitado de sons
pedras, águas
e fadas
pulsante coração
dançando suavemente
na misteriosa paisagem
da regeneração.