DEMULCENTE PRAZERES...

Lençóis amarfanhados

mantas reviradas

seu perfume ainda inalo

juntos, ao eco da sua fala

em taças quebradas

ecoa, ainda, as nossas emoções.

Seu corpo amoldado ao meu

Seus pés amolados

Travesseiros revirados

febricitante de desejos

sua tez rubra inebriante

como simbiose de Julieta e Romeu.

Néctar a escorrer pelo seu dorso

me embebedando da sua taça

em tênue luzes de castiçais

Gozos intensos, anormais.

A lua sorrateira

sem eira e nem beira

entremeia demulcente

nossas vontades tamanhas

neste covil de prazeres

compactuando aos nossos dizeres

esbravejando, também, a sua vontade

em sorver destas nossas amenidades.