Latência
Não é assim tão de repente.
Mas é silenciosamente
que sinto o teu cheiro.
Tão próximo que parece
que esbarro em teus pêlos.
E tão desejado que se tocar
materializo-te em mim.
Sinto-o na suave música
que desperta meus instintos.
Na ponta da língua
onde guardo teu sabor.
Nos lábios onde
percorri com avidez
teu território em nudez.
E em minha pele
onde teu suor
penetrou
encharcando-me
de prazer.
Teu cheiro,
silenciosamente,
exala em mim...
Quente, doce, latente.