ENIGMA

Ele bateu em minha porta
E eu deixei-o entrar
Todos os dias ele vinha
E com suas palavras saborosas
Enchia-me de prazer
Aqueles olhos sedentos
Instigavam-me
Hipnotizando-me tal como serpente
Pronto para me atacar no ponto mais excitante
Sua boca chamava meu nome
Se deliciando em cada sílaba
Como se fossem mel
Suas mãos ágeis
Delineavam minha cintura
Descobrindo minha sensualidade
Ele era gentil
Doce em seu cuidado
Fez-me refém de seu belo toque
Ah! Como eu o amei
Nossos dias se tornaram meses
Que mais pareceram horas
Perdidas na ampulheta
Meus olhos sobre os dele
Tentavam decifrar
A intensidade daquela loucura
E tantas outras coisas
Que me deixavam no ar
Mas tudo foi em vão
Quando pensei estar segura
Para a entrega final
Ele deu-me um beijo singelo
E partiu sem dizer adeus
Deixando em meu peito
Um enigma a ser decifrado
Cheio de dor
A qual parece não ter fim
Levantei-me e tranquei a porta
Mas confesso que ainda espio pela janela
Ansiando seu retorno.
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 12/08/2021
Código do texto: T7319516
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