Monólogo

Que mal vos faz, o bem que semeias?

Que semente infrutífera atirastes a esmo, que só produz infortúnio?

Pensa toda tua vida,

A mão, a quem a tua estendes.

A quem doas tua alma,

Teu trabalho,

Teu tempo?

E repensas, te voltas,levanta mesmo combalido,

Reconduz teus pés no caminho

Um novo destino.

Há na coxia da noite estrelas distantes,

Teu sonho é mais que semente dormente,

Ou desejo errante.

Haverá um sol a desabrochar a semente

Que no peito amoroso,

Carregas contigo.

E entre outros caminhos

Por veredas e trilhas

Da poeira, novas constelações se formarão em ti.

E quando pensares

_Sou mirrado demais!

Tua pequenina luz acenderá universos .

Paula Belmino