Dores
Flagelos do corpo e do espírito
Instabilidades sensoriais à espreita
Uma terra sem lei, ninguém respeita
Eis o que são as dores do eu lírico.
Fronteira entre emoções e o empírico
Ruptura psicológica, má colheita
O tempo desacelera e não se ajeita
Perde-se o aporte cívico.
Dores que afligem as duas faces da moeda
O sofrer reina soberano
Pior é quando não há trégua.
Não se pode, de modo algum, passar pano
A melhora, muitas vezes, está à léguas
As fronteiras entre o sagrado e o profano.
Dores que vem e vão no curso do tempo
A medicina avança em progressão geométrica
Ciências e religiões, discussões esféricas
A mente em constante violação de sentimentos.
Marcel Lopes
09/08/2021