MEU CORPO

Sinto no corpo a ânsia de ser.

Habito o espaço do ardor e delírio

de minha aflição,

em sobressaltos que precipitam o derradeiro

silêncio.

Meu corpo é casulo,

onde nada mais existe

além da minha

concepção,

da minha dor, dos meus sorrisos,

do meu calor.

Morada do abandono,

onde o nada e tudo são um só

e só eu.

Viço onde o inferno toca o paraíso;

a angústia, o êxtase.

(In. Epifania)