NÃO POR ACASO
Eu sou esse homem velho de passos lentos
Eu tenho esse olho turvo
Essa voz cansada
Às vezes ainda ouço suas palavras
Saindo da minha boca
Minha verdade
Eu sou essa mão curvada sobre a fronte
Pesada de desespero e de ultimato
Se ninguém mais houver
Que ouça o que ele me diz
Nas horas de grande silêncio
Faço comigo o pacto:
Fica comigo por dentro
Fica sabendo
Que não te esqueço
Já que teu sangue me aquece
Teu rosto me reflete
Nas entranhas do espelho
Para sempre envelhece comigo
Nos pelos que encanecem
Segura a minha mão na tua
Como antigamente
E beija meu futuro na benção da prece