R(EXISTO)

Resisto à intermitência do tempo, itinerante,

que arrasta minhas memórias.

Resisto à memória dos homens

que parecem esquecer o que foi feito de mim

ao longo dos anos.

Resisto aos sorrisos frágeis, aos tapas nas costas,

e aos que dizem que somos todos iguais,

pendurados em seus palanques,

altares de perdição.

Resisto a mim mesma,

a inquietude do sou,

do que espero, do que perco, por querer ser.

Resisto aos furacões, às turbulências-pessoas

as estradas de chão duro, intermináveis...

resisto porque preciso desesperadamente

EXISTIR!