Túmulo das cores...

Seus braços,

Não alcançam espaços,

Pois, estão limitados os movimentos,

Eles, ousaram amputá-los,

Para que não lutasses,

Venderam seus olhos,

Pois, o seu real brilho,

Ofuscava a realeza,

Para eles, não importa a certeza,

O povo não pode deter a inteligência,

Cortaram a tua língua,

Para que a liberdade não tivesse voz,

Tentaram no tempo apagar a tua história,

Tornando-te algoz,

Diabolizaram a tua imagem,

Para que as futuras gerações o temessem,

Que não servisses de inspirações,

São tantas as razões...

Teus ideais prognosticaram o amanhã,

Estavas muito além do tempo,

Quebrar o quadrado, é declarar inimigo,

O hoje é o enigma das razões...

A plenitude das tuas visões,

Teus passos atados em correntes,

Não alcançavas a esperança,

Eles receiam a mudança,

Sacrilégio é pensar diferente,

Ser igual e bajular,

Geram meros aplausos,

O ciclo é todo viciado,

Eis a razão de o terem acorrentado,

Lá onde não há mais ecos,

Com essa túnica pesada sem flores,

No escuro da realidade,

No túmulo das cores,

Descontextualizaram as emoções,

As cores quase que não transmitem boas energias,

A realidade parece ser ilusões,

O amarelo já não esbanja alegria,

Essa liga branca que te prende a alma,

Não simboliza a paz do preto que te acorrenta,

À espera pode ser uma eternidade,

Mas, ideias sublimes o tempo não exagera,

Há resquícios de despontar a liberdade,

Eles esqueceram-se que silêncios,

Não apagam a chama da alma,

A dor não se ameniza com o apagar da história,

E que o respirar,

É a única certeza de se continuar a lutar,

Pode até demorar, mas o dia há de chegar,

A voz muda, há de despertar ouvidos surdos,

E vazio irá fazer florir o amanhã (...)

(M&M)