OS TECIDOS DE VIDRO
os pelos que vestem a pele que veste a gordura que veste o osso
estão nus
e flertam o sol
protegidos por diversas gosmas
que os protegem do ar
enquanto desfilam pelo calçadão da praia
sonham com banhos de mar
eriçam com as lambidas da brisa
namoram os raios libidinosos do sol
primos da legião apelidada cabelos
encaracolados, desgrenhados
menos aparentes
amortecidos por exércitos de tecidos
cortados rente
os pelos atravessam a faixa de pedestres
seguidos pelo olhar prestimoso
de dois tecidos de vidro
fumê