MUDANÇA
Férvido acordar, reboliço do eu.
Cansaço do mesmo reflexo,
Enfadonha visão, distante apogeu!
Busca frenética, passo complexo.
Oásis perdido dentro de si,
O confuso eu não se reconhece
Desconhece o seu próprio sorriso
E buscando um novo paraíso,
Descobre-se perdido quando amanhece.
Percebe-se nas reações da vida,
Em cada ato uma ferida,
E em cada sono um pesadelo
Do qual é o único modelo.
Rasgou seu peito como se fora uma roupa
Um "arroto" rumo ao infinito
Novo ser novo rito
Uma vida nova o espera.
Ênio Azevedo